segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Teddy, o ursinho assustador

    Minha irmã tinha um ursinho de pelúcia, um assustador ursinho de pelúcia. Eu não sei porque, mas ele me assustava. Era tão perturbador para mim. A coisa tinha olhos que pareciam tão reais. Era como se fosse feito de um urso real e seu rosto era apenas branco e inquietante.

Primeiramente eu comecei a ter sentimentos estranhos sobre o urso quando minha irmã o ganhou, ela era apenas um bebê na época, e eu tinha quase 4 anos. Nós tínhamos um cachorro, e ele tinha o hábito de comer as coisas, então minha mãe sempre tinha que o colocar em uma pequena sala no corredor do andar de cima. Toda as vezes que subia aquelas escadas, eu via o urso estranho de repente brilhar no canto pra mim, é como se ele estivesse me observando. Essa não é a parte estranha; começou a ficar realmente estranho uns 5 anos depois: com 6-7 anos minha irmã perdeu o interesse no urso, então minha mãe apenas o jogou no armário de brinquedos antigos,o único problema era que o armário ficava no meu quarto.

Quando eu tinha 9 anos, idade suficiente para ficar sozinho e ir para cama sem qualquer assistência, todas as noites eu deitava na minha cama e apagava minha luz. Foi quando ficou estranho. Eu estava ficando com sono, mas de repente lembrei da minha mãe colocando o ursinho no armário; lentamente me virei para olhar em todo o meu quarto, para vê-lo através do vidro. Meu coração de repente parou, enquanto eu pensava nos horrores que o ursinho havia me causado, mas com 9 anos, eu queria crescer e perder meus medos, então só sacudi a cabeça e me deitei.

Quando me levantei para tirar meu lençol pra mais longe, notei algo que iria me deixar cicatrizes a vida toda: lá estava, no final do meu quarto, o ursinho. Meu coração começou a bater normalmente de novo. Fiquei ali sentado, olhando para ele por aproximadamente um minuto. Quando eu precisei bocejar, fechei os olhos. Os abri, para ver o ursinho sentado mais perto da minha cama. Neste momento, eu estava realmente assustado. Comecei a me mover para trás, encostei na parede e olhei em volta para ver se havia qualquer indicio de alguém ter entrado no quarto. Olhei para trás para ver o ursinho no final da minha cama, eu estava tão assustado que quase desmaiei de medo. Quando eu pisquei, ele tinha desaparecido. Olhei em volta. Para meu alívio, não vi nenhum sinal dele.

Deitei minha cabeça para trás no meu travesseiro, esperando por um pouco de sono. Então abri meus olhos. Estava acima da minha cabeça, olhando para baixo. Eu gritei pois ele pulou em cima de mim. Eu nunca vou ver um urso da mesma forma novamente. Alguns anos depois, depois de anos de horror, eu o queimei; estava satisfeito em como o urso foi transformado em cinzas na minha lareira.

Eu vivi minha pré-adolescencia e adolescência; a única coisa que eu conseguia lembrar que era de alguma forma semelhante com minha péssima experiência, foi quando assisti Trainspotting. Aquela merda de cena do bebê me chocou tanto, mas fora isso, tudo estava bem.

Quando fiz 19 anos, estava prestes a mudar para minha casa nova. Eu já tinha pegado as chaves da casa e estava pronto para montar minha mobília. Depois de horas de transporte, carreguei a útilma caixa do caminhão de mudança para a porta da frente e fechei a porta atrás de mim. Me virei para ir na cozinha e colocar a caixa na mesa. Abri para ver que era um armário. Eu o tirei, andei até minha nova sala de estar e o coloquei lá no canto, olhei para ele e pensei comigo mesmo, eu não me lembro de embalar esse armário. Eu realmente não me importava muito com isso, afinal tinha acabado de me mudar para minha casa nova.

Voltei na cozinha para pegar minha televisão e a levei para a sala de estar, quando eu o vi. O ursinho, ele apenas ficou lá, olhando para mim com aqueles olhos brancos e realistas. Foi além da minha imaginação, como algo de um filme de terror. Meus medos não podiam ser contido e tanto faz aquilo ser urso ou uma possessão demoníaca, ele sabia que eu estava com medo. Eu o joguei no lixo e coloquei um bloco de cimento em cima da tampa. Naquela noite, eu dormi na minha cama, me sentindo um pouco mais seguro. Acordei de madrugada e olhei as horas. 12:00h.

Ouvi um barulho na cozinha. Fui até lá e notei que a porta de fora estava aberta e no chão tinha marcas de lama com formato de patas que levavam até a cozinha. Eu notei que uma das minhas facas não estavam no suporte e então ouvi algo estranhos atrás de mim. Corri até o carro e dirigi. Olhei no espelho retrovisor e vi o seu rosto. Ele estava segurando uma faca. Eu pisei nos freios. E ele voou pelo pára-brisa da frente, levantou-se e olhou direto nos meus olhos. Me senti como se ele estivesse me puxando pra ele. A única coisa que poderia estar indo em direção a ele seriam minhas duas rodas dianteiras. Me colidi com ele, senti uma leve batida, suspirei de alívio e dirigi. Nem um minuto depois, senti como se algo estivesse cortando a parte de baixo do meu carro. Então saí para verificá-lo: havia uma barra atravessando meu tanque de combustível. Corri bastante até o hotel mais próximo para ficar lá. O único que tinha era a uma milha de distância. Quando cheguei no hotel, caí na cama exausto. Quando eu acordei… Ele estava no final da cama…

Creeypasta transformice

             



Antes de começar, quero dizer que já se passaram três meses desde o ocorrido. Só agora tive coragem de ligar novamente meu computador. Eu tenho que contar o que aconteceu comigo, para que não aconteça nada a mais ninguém.

Transformice é um jogo online mega viciante criado em 2010. Você controla um rato, e seu objetivo é pegar o queijo e entrar na toca em primeiro lugar. Aparentemente é bem simples, mas a dificuldade devido ao nível de habilidade dos jogadores acaba deixando-o bem divertido.

Eu costumava jogar esse jogo nas madrugadas de sábado para domingo, já que não iria trabalhar no outro dia, e como estava sem sono e não há absolutamente nada para fazer nessas horas, era um bom passatempo.

Era por volta de 1:36 da manhã quando eu loguei na minha conta. Como grande parte dos jogadores são pré-adolescentes, não se espera ver muita gente online a essa hora. Então eu poderia jogar tranquilo na sala 1, que geralmente é bem cheia na parte da tarde. Tinha cerca de 22 ratos lá.

Continuei jogando até mais ou menos 2:42 da manhã, e já estava pronto para parar por aqui. Só estava esperando ser Shaman pela última vez para desligar o computador e ir para a cama. Porém, do nada, apareceu a tela de "carregando" do jogo e meu rato foi direcionado a outra sala. No início não estranhei, já que isso já havia acontecido outras vezes. Na sala, só haviam dois jogadores: eu e outro, que usava o nickname de "Haunteduser". Já que todas as outras salas que eu costumava frequentar estavam vazias, resolvi ficar por lá mesmo e treinar um pouco. E foi aí que as coisas começaram a ficar estranhas.

O Haunteduser, que permanecia calado durante a passagem de cinco mapas, me enviou uma frase por cochicho, a maldita frase que não sai dos meus pesadelos desde então.

"E quando o relógio badalar o reverso da ressurreição, o prenúncio do sacrifício pela existência do maligno será anunciado."

Obviamente não entendi nada, então respondi apenas com um ponto de interrogação. Então ele continuou, agora no chat da sala, enviando algumas frases que não faziam o menor sentido, seguido de vários floods do número "666". Por coincidência, notei que eu estava na sala 666, não havia notado antes. E depois de soltar algumas frases estranhas, como "There's no hope..." (Não há esperança..) e "Malicious boy..." (Garoto maldoso...) várias vezes, percebi que era apenas um idiota metido a satanista fazendo gozação comigo.

Resolvi ignorá-lo e continuar jogando. De repente, ele soltou mais uma frase

"O que acontece quando uma alma inocente é lançada ao inferno?"

Ignorei novamente, até que ele disse o nome da minha namorada: "Melissa...", o que me fez dar um pulo da cadeira. Meio assustado, perguntei: "Quem é você?". Nenhuma resposta. "Responda, desgraçado! Qual é o problema?". Novamente nenhuma resposta. "Diga logo quem diabos é você!". Foi então que ele finalmente me respondeu: "Está com medo, Tom?" Como ele sabia o meu nome? Fiquei completamente aterrorizado, e perdi a cabeça "Você acha isso engraçado? Huh? Responda maldito! Eu vou acabar com a sua raça, seu filho de uma puta!" Não obtive nenhuma resposta aos insultos. E não obtive respostas por mais ou menos dois minutos.

Achando que ele não responderia, resolvi desistir e apenas fechar o jogo e acabar com a brincadeira de mal gosto. Mas, para a minha surpresa, quando tentei fechar a página do meu navegador, eu não conseguia. Tentei atualizar a página, porém o jogo permanecia alí. Tentei até desligar o computador, porém um som de "tum" agudo indicava que isso não era possível. Já estava pronto para desligar o computador pelo estabilizador, quando Haunteduser soltou mais uma sequência de palavras sem sentido.

"Não há esperança, Tom..."

"Maligno..."

"Menino maligno..."

E disse uma última coisa antes de sair: "É melhor se preparar, Tom. A alma dela agora é minha."

Antes de que eu pudesse perguntar sobre o que ele estava falando, ele saiu da sala. Fiquei sozinho. Quando olho no relógio, ele marca exatamente 3 da manhã. De repente, o telefone toca, e é o irmão da minha namorada, dizendo que ela passou mal no meio da noite e foi levada para o hospital.

Me troquei o mais rápido possível e fui até o hospital em que ela estava internada. Assim que acabara de chegar, sua mãe estava se desmanchando em lágrimas. Seu pai estava sentado no sofá da sala de espera, com as mãos juntas perto da boca, e os olhos vermelhos e cheios de lágrimas. Seu irmão esmurrava as paredes enquanto chorava desesperadamente, e os enfermeiros tentavam segurá-lo. Foi então que o médico chegou perto de mim, e disse que Melissa teve uma parada cardíaca e não resistiu. Ela estava morta.

Naquela noite eu não consegui dormir. Nem nas noites seguintes. Aquela maldita profecia feita por aquele maldito sádico assombrou os meus pesadelos por várias e longas noites.

O corpo de Melissa foi levado para o IML para saber a causa da morte, que até então era desconhecida. Ela não tinha nenhuma doença cardíaca, nem fumava ou bebia, o que deixou os médicos extremamente intrigados.

Ainda hoje me pergunto quem era aquele cara. Seria algum demônio que me amaldiçoou com uma profecia terrível, ou algum conhecido que só estava realmente gozando da minha cara e tudo aquilo não passava de uma coincidência macabra?

Passou-se uma semana após a morte de Melissa. Sua mãe me telefonou, avisando sobre a data do vélorio. Lá estavam todos os nossos amigos, cabisbaixos, vestidos a caráter luto. Então sua mãe chegou perto de mim, com um envelope em suas mãos, que logo me entregou, com uma expressão séria. Meio sem entender, abri o envelope. Era o resultado dos exames de Melissa do IML. Comecei a ler, e não pude acreditar no que meus olhos estavam vendo. Na segunda linha, do segundo parágrafo do exame, dizia: "Causa da morte: Infecção por mordidas de rato."

[Creepypasta extraída do site http://www.medob.blogspot.com.br]